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Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão

Na Semana Europeia do Cancro do Pulmão, o GECP alerta para as desigualdades de acesso ao tratamento entre os diferentes países da Europa

De 14 a 20 de Setembro assinala-se anualmente a Semana Europeia do Cancro do Pulmão. Nesta ocasião, o GECP pretende alertar para as as disparidades de acesso ao diagnóstico e tratamento entre os doentes de cancro do pulmão nos diferentes países da Europa. Com este intuito, divulgamos um importante documento publicado este ano pela LuCE, uma plataforma europeia que reúne grupos nacionais de defesa dos doentes com cancro do pulmão.

Este Documento de Posição do LuCE de 2020 analisa dados sobre o acesso ao tratamento e diagnóstico do cancro do pulmão nos diferentes países europeus, a fim de promover a consciencialização sobre as desigualdades. Destacamos alguns realidades reveladas por este relatório:

  • Atrasos no acesso do doente ao diagnóstico ocorrem em toda a Europa. De acordo com a pesquisa, 42% dos doentes europeus esperam mais de dois meses desde sua primeira consulta médica (especialista ou atenção primária) ao diagnóstico. Os atrasos variam entre países, e em muitos casos foram também relatadas assimetrias dentro do próprio país.

  • Os especialistas inquiridos destacaram quatro principais momentos na via de diagnóstico ao nível hospitalar que contribuem para a demora, sendo eles o EBUS-TBNA, a biópsia pulmonar guiada por TC, o PET-TC e os testes moleculares.

  • Verificam-se barreiras significativas no acesso a novos medicamentos em alguns países europeus, sendo os países da Europa de Leste os que enfrentam as maiores restrições (nomeadamente a Letónia, Polónia e Roménia).

  • O acesso a equipamentos modernos de radioterapia difere entre os países, existindo, tal como seria de prever, uma relação entre o status socioeconómico dos países e a disponibilidade destes equipamentos.

  • Existem tremendas disparidades no número de ensaios clínicos que decorrem em cada país europeu.  Segundo a análise realizada,  os países com maior número de ensaios em cancro do pulmão são a Suíça, Israel, Dinamarca, Noruega e Holanda. Já a Croácia, Turquia, Alemanha, Grécia e Bulgária têm o menor número de ensaios.

 

No final, o documento propõe políticas europeias que conduzirão a melhorias na detecção precoce, tratamento e cuidados, sendo dez as propostas para melhorar o acesso e reduzir disparidades:

  1. Implementação de painéis multidisciplinares.

  2. Generalização ao nível nacional do uso de painéis de teste molecular.

  3. Criação de de procedimentos padronizados para envio de amostras para outros centros na Europa.

  4. Desenvolvimento e acreditação de centros de excelência no cancro do pulmão.

  5. Desenvolvimento e harmonização de diretrizes sobre cancro do pulmão em toda a Europa, estimulando o desenvolvimento de planos nacionais uniformes.

  6. Desenvolvimento e harmonização de vias de Health Technology Assessment (HTA) para promover o acesso a novas inovações na Europa e padronização de custos de medicamentos e tempo para reembolso

  7. Seguir a Pontuação ESMO de Benefício Clínico aquando da decisão sobre as políticas de reembolso.

  8. Desenvolvimento de  programas de acesso alargado / compassivo acesso a fim de promover o acesso a medicamentos, que foram aprovados pela EMA, mas que ainda não foram reembolsados.

  9. Educação para médicos, promotores de saúde e doentes com cancro do pulmão

  10. Promoção do envolvimento do doente na investigação, reembolso, ATS e no processo de tomada de decisão de novas políticas, a nível nacional e europeu.

 

Com iniciativas como esta, pretendemos caminhar para uma Europa onde todas as pessoas afetadas pelo cancro do pulmão  possam ter acesso ao melhor diagnóstico e tratamento, independentemente da sua situação geográfica ou socioeconômica.

 

Saiba mais aqui: https://www.lungcancereurope.eu/wp-content/uploads/2020/02/LuCE-POSITION-PAPER-English.pdf

 

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