PERGUNTAS FREQUENTES FAQS
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Fazer exames para diagnosticar cancro, num grupo de pessoas com risco aumentado de ter esse cancro, com o objectivo de identificar a doença antes de ter sintomas e diminuir a mortalidade, chama-se rastreio. Já se fazem rastreios para o cancro da mama, do colo do útero e do cólon. Recentemente um estudo demonstrou que o rastreio do cancro do pulmão permite, ao diagnosticar a doença mais cedo, diminuir a mortalidade. Estão a ser feitos esforços para implementar o rastreio nos países da União Europeia.
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É difícil saber exactamente a altura em que o cancro apareceu. Inicialmente aparecem lesões pré-cancerosas, na maior parte dos doentes causadas pela irritação dos brônquios pelo fumo do tabaco, que mais tarde se vão transformar em cancro. Este processo pode demorar anos a dar sintomas ou a ser visível nos exames radiológicos.
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O grau ou estadio da doença descreve o seu tamanho e informa se o tumor já se espalhou para outros órgãos.
Existem 4 estadios:
Estadio I: o cancro é pequeno e localizado numa parte do pulmão
Estadio II o cancro é pequeno, está localizado só no tórax e nos gânglios linfáticos adjacentes
Estadio III: o cancro está localizado só no tórax, mas é maior e pode ter invadido os tecidos à volta e os gânglios linfáticos
Estadio IV: o cancro espalhou-se para outros locais fora do tórax (metástases)
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Claro! Todos os doentes têm o direito de pedir uma outra (segunda) opinião sobre a sua doença a outros médicos. Devem estar confiantes que estão a ser avaliados e tratados da melhor forma. Para tal devem pedir ao médico assistente um relatório sobre o estado da doença e o plano terapêutico. Idealmente uma segunda opinião deve ser pedida num centro maior e com mais experiência do que o centro que avaliou inicialmente.
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Cada doente reage de forma individualizada a este tratamento. A Radioterapia é uma terapêutica loco-regional, pelo que a localização da área tratada e a dose administrada são factores determinantes para o surgimento de efeitos colaterais. Na região torácica os efeitos mais comuns são a fadiga, dificuldade em engolir, tosse não produtiva e episódios de falta de ar. Caso algum destes sintomas surja durante o curso de tratamento deve consultar o seu médico Radioncologista.
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Os efeitos secundários mais frequentes da quimioterapia são alterações a nível do sangue (diminuição dos glóbulos vermelhos – anemia; diminuição dos glóbulos brancos – diminui as defesas contra infeções; diminuição das plaquetas – pode sangrar mais facilmente) e cansaço. Outros efeitos possíveis são enjoos e vómitos, prisão de ventre, queda do cabelo e lesões neurológicas. Diferentes tratamentos produzem sintomas diferentes, e existem vários fármacos usados para atenuar estes efeitos. Deve comunicar qualquer sintoma novo ao seu médico.
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Depende do trabalho que desempenha, do seu desejo de trabalhar, e da forma como se vai sentir durante o tratamento. Deve discutir essa decisão com o seu médico.
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Os principais efeitos das terapêuticas alvo são a nível da pele. É por isso muito importante que ao iniciar o tratamento tenha cuidados de hidratação da pele e se proteja da luz solar, conforme as recomendações do seu médico. Podem também aparecer alterações a nível das unhas, dos olhos e diarreia. Deve comunicar qualquer sintoma novo ao seu médico.
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Os efeitos secundários da imunoterapia são habitualmente diferentes, menos graves e menos frequentes que os efeitos da quimioterapia. Os efeitos mais frequentes são o cansaço, a falta de apetite e a diarreia. Antes de começar os tratamentos de imunoterapia o seu médico vai-lhe dar uma lista de sintomas possíveis, e é muito importante que o contacte se tiver algum dos sintomas, uma vez que se forem detectados cedo são facilmente tratáveis.
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Durante o tratamento vai realizar exames, como a TAC, que vão permitir avaliar como o seu tumor está a reagir ao tratamento.
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Claro. A idade não é fator impeditivo do tratamento.
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A utilização de tratamentos alternativos pode interferir com os tratamentos que está a fazer para a sua doença, ou provocar efeitos secundários que poderão por vezes ser confundidos com os efeitos secundários dos seus tratamentos.
Assim, se pensa utilizar qualquer terapêutica alternativa, deve falar com o seu médico primeiro.
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É muito importante que diga ao seu médico todos os medicamentos que está a tomar, mesmo medicamentos de venda livre como laxantes e vitaminas. É importante também que comunique ao seu médico sempre que lhe for prescrita qualquer medicação nova por outro médico.
Há medicamentos que interferem com os seus tratamentos, e o seu médico saberá aconselhar sobre a sua utilização.
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É importante que tenha em casa um termómetro, uma lista dos medicamentos que está a tomar, e o contacto do seu médico e /ou enfermeiro.
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Sempre que vai à consulta deve levar a lista dos medicamentos e uma lista de questões ou dúvidas que queira colocar ao seu médico.
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No decurso da sua doença pode vir a precisar de Oxigénio se os seus pulmões estiverem afectados numa grande extensão, se tiver complicações da sua doença, ou se inicialmente também tiver outras doenças como insuficiência cardíaca ou DPOC. É importante que em cada visita explique ao seu médico como se sente, se tem novos sintomas, se lhe é mais difícil fazer as suas tarefas habituais.
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A não ser em casos muito particulares, não há razão para deixar de ter uma actividade sexual normal. Caso existam problemas, não deixe de os discutir com o seu médico, que o poderá ajudar.
Em relação à capacidade de ter filhos durante ou após o tratamento do cancro do pulmão, sabemos que as mulheres podem ter alterações hormonais que parem a menstruação, temporária ou permanentemente, enquanto que no homem aparentemente não existe diminuição da fertilidade.
Como não sabemos qual seria o efeito dos tratamentos no feto, é conveniente que durante os tratamentos o homem e a mulher evitem a gravidez, usando métodos anticoncepcionais não hormonais.
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É importante que mantenha alguma actividade. Deve tentar manter as suas rotinas diárias, e fazer algum exercício, desde que não fique muito cansado no fim. Apenas em situações muito específicas, deve evitar o exercício e, nesse caso, o seu médico vai dizer-lhe.
Embora o grau de exercício recomendado varie muito de doente para doente (idade, grau de actividade física anterior, sintomas da doença), caminhar é um exercício físico excelente, que poderá fazer diariamente no exterior ou mesmo dentro de casa.
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Por vezes os tratamentos provocam falta de apetite, náuseas, alterações do paladar, sensação de estômago cheio depois de ter comido pouco. Nestes casos deve comer pequenas quantidades mais vezes, coma lentamente e mastigue bem a comida. Não deve abusar de comidas fritas ou gordas, muito quentes ou muito frias, frutas ácidas ou bebidas gasosas.
Faço uma alimentação variada, podendo incluir alimentos ricos em calorias, como bolachas, biscoitos, tostas, azeitonas, frutos secos, doces e sobremesas, tudo em quantidades moderadas. Como gordura use o azeite, e tempere a comida com salsa, coentros, orégãos, noz-moscada, canela, louro, alho, cebola, limão e pimento.
Beba 1,5l a 2l de água por dia, podendo recorrer ao uso de sumos de fruta e chás.